15 Joias Escondidas do Mega Drive - Jogos Pouco Conhecidos

 

Você provavelmente já viu dezenas de listas de jogos do Mega Drive (SEGA Genesis) e também já deve ter visto que em muitas delas, jogos da sua e da minha infância não figuram entre os “Melhores”.

Isso aqui não é uma lista de "melhores jogos" que costumam ter sempre os mesmos games. Também não é uma lista suprema de "jogos obscuros". 

Essa lista aqui é focada nos jogos chamados "joias escondidas" (hidden gems) ou "pouco conhecidos" pelo público em geral. 

São aqueles games que pouca gente conhece ou que muita gente conhece e esqueceu o nome.

Quando se fala em Mega Drive, as pessoas sempre falam de Sonic, Streets of Rage e Outrun, e é incrível que para muitos, até Beyond Oasis é um jogo “desconhecido”.

O Mega Drive foi um console que marcou a minha infância. Joguei bastante em locadora de tempo até comprar o meu primeiro Mega Drive III usado em 1994.

Juntei dinheiro trabalhando com vendas de roupas, ela era vendedora ambulante, e eu ajudava a minha mãe a carregar as sacolas das roupas. Consegui metade do dinheiro e meu saudoso pai me deu o resto, mas a história de como consegui comprar esse Mega Drive eu deixo para outro artigo.

Se você tem saudade de algum jogo que ninguém comenta, provavelmente ele vai estar nessa lista.

 

Shadow of the Beast

Não é segredo para ninguém que Shadow of the Beast é aquele “jogo ruim” que muitos guardam com carinho no coração. Um jogo sobre solidão e espaços vazios.

A história envolve um jovem garoto que foi transformado em monstro. Porém, na época eu não sabia nada disso, apenas traduzia algumas frases que achava bacana com a ajuda de um dicionário.

Brutalmente difícil e injusto, leva um tempo para aprender o “ritmo” de bater nos inimigos e também para evitá-los.

A recompensa de tanto sofrimento? Uma das melhores e mais nostálgicas trilha sonora de todos os tempos.

O final, eu pensava que o monstro não havia conseguido voltar à forma humana e que por isso, eu criei o final na minha cabeça que ele se livrou apenas dos inimigos, e viveu o resto dos seus dias como um monstro mesmo. Um final bem melancólico no mesmo estilo de Distrito 9.


Insector X

 

Eu achava que Insector X era um jogo bastante conhecido pela comunidade de Mega Drive. Que engano.

Fiquei surpreso ao saber que, não apenas muitos fãs não o conheciam, como também o fato dele ser baseado em um jogo arcade bem diferente do jogo do Mega Drive.

Neste game, você comanda essa espécie de homem-gafanhoto e precisa enfrentar vários inimigos que também são insetos, além de outros animais que você encontra facilmente em um jardim.

Assim como muitos outros jogos do Mega Drive, Insector X era brutalmente difícil, e que na época eu achava gigantesco, mas na realidade, é um game até curto.

 

Exo Squad

Exo Squad foi um jogo que aluguei de forma despretensiosa e fiquei impressionado na época com seus gráficos e efeitos. A animação de caminhar dos robôs era o típico efeito que apenas o Mega Drive conseguia reproduzir tão bem na época.

Bastante fora da curva, esse jogo é baseado em um desenho animado e traz heróis em armaduras que são claramente “Para vender brinquedo”.

Na história, os heróis voltam no tempo para resolver uma paradinha, e o resultado é um jogo de plataforma e tiro bem "ok", mas que chama atenção pelo uso de artes únicas e bem diferente do padrão da época.

Esse jogo me marcou muito porque foi meu pai que alugou pra mim, ele apenas chegou na locadora e escolheu o jogo sem me avisar.

 

X-men

 

Muita gente lembra apenas do segundo jogo de X-men para Mega Drive, aquele do Magneto, mas vamos falar desse aqui.

O primeiro jogo de X-men para Mega Drive é simplesmente fantástico. Um game com visual muito colorido, combate muito gostosinho e cheio de segredos.

Segredos até demais.

Esse é um dos primeiros jogos a quebrar a quarta parede. Na 5ª fase é preciso resetar o Mega Drive para “limpar o vírus” deixado por Mojo. Algo que o jogo apenas “sugere” de forma muito superficial falando em “sistema".

Quem iria imaginar que ele estaria falando do próprio videogame.

Talvez não seja um jogo tão desconhecido assim, mas ele fica fora de muitas listas de melhores jogos do Mega Drive, mesmo sendo um jogaço!

 

OutRunners

Assim como qualquer criança inocente que tinha Mega Drive eu pensava que OutRunners era uma sequência direta de OutRun.

Talvez para os jovens ter um carro não seja grande coisa, mas como qualquer criança que cresceu nos anos 90, carro era representado como uma extensão da alma.

O lance de ter um carro para viajar é algo que você adulto vai enxergar ao relembrar esse game.

Dirigir a toda velocidade por paisagens paradisíacas em um game curto, mas muito divertido.

Os gráficos misturam visual pré-renderizado dos carros com pixelart. O resultado ficou meio estranho, mas a diversão e capotagens malucas compensam as escolhas visuais.

O jogo é brutalmente simples e fácil e o lance é mesmo passar por todos os caminhos, com todos os carros.

Esse era mais um dos jogos que eu tinha junto com: Bare Knucles 3 (versão japonesa de Streets of Rage 3), FIFA 95 e Virtua Racing.

 

Dick Tracy

Dick Tracy foi um dos jogos mais difíceis que aluguei na época.

Esse aqui eu realmente só zerei anos depois com “Save State” (me julguem)

O game era baseado em um filme de mesmo nome e era um jogo de tiro com boa variação de fases e cenários.

Talvez eu dê uma chance a ele outro dia para tentar terminar sem save state.

 

Yu Yu Hakusho Sunset Fighter

Em 1997, a Tectoy dava esse presente pros fãs da Manchete, aproveitando o hype do anime.

Uma curiosidade: o jogo foi traduzido direto do japonês.

Yu Yu Hakusho Sunset Fighter é um jogo de luta naquele padrão de jogos de anime, mais parecido com aqueles de Dragon Ball. O game tem apenas um pequeno problema, ele é apenas um jogo de torneios e versus, não há modo história.

Yu Yu Hakusho Sunset Fighter se passa durante o torneio de monstros do anime.

Infelizmente, um dos melhores jogos de Yu Yu Hakusho, Yu Yu Hakusho Final: Makai Saikyō Retsuden ficou apenas no Super Nintendo.

 

Battletech

Nos anos 90 essa parada aqui era um RPG que aparecia na contracapa em várias revistas como Heróis do Futuro e chamava muita atenção.

Nunca joguei o RPG, mas decidi encarar o jogo para Mega Drive.

Basicamente ele é um Desert Strike, mas ao invés de um helicóptero, você controla um robô fodão.

Nessa época eu já era alucinado por ficção-científica, então jogava tudo que tinha um robô na capa.

O game tem uma pegada séria, mas eu sempre caio na risada quando a mulher fala “machine gun”, bem calminha, enquanto o mundo se acaba em explosões.

 

Crusader of Centy

Tá, esse aqui não é exatamente uma joia escondida, ou talvez é, pois eu duvido encontrar uma criança que jogou isso na época.

Esse jogo nunca chegou por aqui e a maioria da galera passou a conhecer ele mesmo por causa do Youtube.

Um game com boas ideias, jogabilidade direta e excelentes efeitos de animação. A NexTech claramente estudou o concorrente e entregou um verdadeiro “Zelda no Mega Drive”.

Realmente muita coisa aqui é cópia descarada de The Legend of Zelda: A Link to the Past, mas isso não tira de Crusader of Centy o seu brilho. O game tem uma narrativa muito boa e easter eggs bacanas, como esse do Sonic.

Na minha época, a referência de “Zelda no Mega Drive” era o saudoso Beyond Oasis, jogo que eu zerei com aquele lendário detonado na Super Game Power n 14 (que é o que me fez ter interesse no jogo a princípio).

Claro que as definições da galera foram atualizadas depois que todo mundo descobriu Crusader of Centy.

Mas pra mim não, pra mim, por sua originalidade, arte e gameplay, Beyond Oasis continua sendo o meu “action-RPG” favorito do Mega Drive.

 

Chiki Chiki Boys

Outro jogo que talvez não seja tão obscuro assim, mas tem muita gente que não conhece essa pérola do Mega Drive que eu conheci por causa de um amigo que tinha o Megavision, aquele console que rodava tanto jogos do Mega Drive como do Master System.

Lembra da propaganda?

Esse filha da mãe aqui era simplesmente a coisa mais legal da época e o meu amigo ainda tinha Chiki Chiki Boys.

Mas tinha um problema, ele nunca me emprestou a fita, eu tinha que ir na casa dele para jogar.

O cara ganhou o apelido na época de “menino do Chiki Chiki Boys”.

Um jogo muito fofinho que com certeza deveria ser mais reconhecido.

Posteriormente, quando conheci a franquia Wonder Boy eu achava que fazia parte do mesmo universo, mas não tem nada a ver.

Dos gráficos, às músicas, Chiki Chiki Boys rasga o coração de qualquer um com muita nostalgia, é um dos jogos do Mega Drive onde tudo é 100% focado no público alvo, as crianças,

Um mundo mágico e jovens garotos guerreiros vão tentar salvar esse mundo dos monstros fofinhos e dragões.

Era um jogo bem difícil na época para mim e que só zerei recentemente. Fácil um dos melhores jogos desconhecidos do Mega Drive.

 

Ranger X

Nos anos 90 gostar de qualquer coisa com robôs era algo totalmente natural para uma criança dos anos 90.

A gente cresceu com Daileon, Transformers 1ª Geração, Voltron (que eu só conhecia por causa de uma colcha de cama) e muitos outros.

Esse game aqui é o famoso jogo do robô e da motinha. Você pode andar, voar e se unir com essa moto para causar mais danos aos inimigos. Um game 2D fantástico e imperdível.

Um dos jogos mais bonitos do Mega Drive, e um dos melhores também. É incrível como apesar do jogo ser “descoberto” por youtubers, pouca gente conheceu esse game de fato na época.

E falando em conhecer na época, aqui acaba a lista de jogos desconhecidos que joguei na época. A partir desse ponto, vamos falar dos jogos que conheci apenas depois do advento da internet.

 

Blades of Vengeance

Apenas nos anos 90 mesmo para nos vender a ideia de que uma guerreira deve andar de biquíni e uma espada por aí. E se ela vai usar uma armadura, essa armadura deve ser um biquíni também.

Em Blades of Vengeance, você controla uma guerreira de longos cabelos brancos e corpo escultural.

Na realidade era possível escolher entre 3 personagens, uma guerreira, um bárbaro e um mago.

Deixando a polêmicazinha de lado, esse game é muito bom, mas muito bom mesmo, e muito difícil.

Esse é um jogo que é o puro suco dos anos 90, um game que não oferece nada de novo, mas mesmo assim, executa tudo muito bem.

 

Chakan

Chakan: The Forever Man é um jogo baseado em uma história em quadrinhos de mesmo nome. 

 Esse nunca chegou às locadoras da minha cidade; conheci-o apenas por causa da revista Ação Games da época. 

Mesmo olhando a revista, não achava o jogo grande coisa. 

Eu estava enganado: Chakan é um jogão e o recomendo muito para quem curte jogos difíceis. 

Cada fase, na realidade, são mundos compostos por três fases cada. Em cada uma, o jogador coleta uma arma que será extremamente importante para o final do jogo. 

O final deste tem um chefe totalmente inspirado nas artes de H. R. Giger, o mesmo artista que criou os personagens de Alien.

Generation Lost

Esse jogo nunca tinha ouvido falar. Parece até um aproveitamento de sprites do jogo do X-Men. 

A fase inicial desse jogo é muito parecida com a do saudoso jogo dos mutantes. 

Segundo a Wikipedia, esse jogo é dos mesmos produtores do X-Men de 1993, que perderam o direito para a sequência do jogo dos mutantes e apostaram em uma nova IP. 

O designer Bruce Straley descreveu o jogo como um clone do X-Men de 1993 (no qual ele e outros funcionários da Pacific Softscape trabalharam), depois que a Pacific Softscape não conseguiu garantir os direitos da franquia X-Men para desenvolver uma sequência. (Fonte Wikipédia)

A história do jogo segue um guerreiro em busca de descobrir seu passado. Ao longo do caminho, ele enfrenta diversos inimigos e desafios, utilizando suas habilidades para superar obstáculos e resolver quebra-cabeças. Curti bastante o design das fases e dos inimigos, mas o herói é bem tosco.

Dahna

Dahna é um jogo que fico até feliz de não ter conhecido na época, pois, assim como Chakan, seria um jogo que eu teria odiado sem entender todo o contexto.

Dahna: Megami Tanjo teve apenas versão japonesa, embora haja quem diga que jogou o jogo traduzido na época (o que é mentira!). 

O jogo foi traduzido apenas muito tempo depois pela comunidade de fãs do Mega Drive. Dahna e sua irmã, ambas possuindo habilidades especiais, são alvo de um grupo de vilões que invadem sua vila. 

A irmã de Dahna é sequestrada, mas Dahna é salva por um homem de uma tribo, que a cria e a ensina a controlar seus poderes. À medida que Dahna cresce, ela se torna uma guerreira habilidosa. 

O jogo começa com o sequestro do mentor de Dahna, um mago que foi como um pai para ela, por uma feiticeira maligna. 

Quanto à jogabilidade, o jogo segue o padrão sidescrolling 2D da época. Há poucas novidades, visto que é um jogo do início da geração do console da SEGA. "Dahna: Megami Tanjō", de 1991, foi um dos últimos jogos “perdidos” do Mega Drive a ganhar tradução para o inglês.

O console da SEGA, que tinha grande foco no ocidente, recebeu muitos jogos obscuros, mas eu quis focar essa lista nos jogos que tive acesso quando criança e depois, quando adulto, no início da internet no Brasil.

Encerramento


Listinha entregue. Eu sei que muita gente esperava coisas óbvias e outros - os especialistas - esperavam mais jogos obscuros. Eu sei que ainda há jogos pouco conhecidos, mas quis focar a lista nos jogos desconhecidos por muitos que joguei quando garoto e nos que conheci assim que tive acesso ao mundo das ROMs.

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